sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

BEM AMADA°°°


* Á TERCEIRA VISTA *


Meu DEUS me dê a coragem.
Meu Deus me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites todos vazios de tua presença...
...Meu Deus, receba em teus braços o meu pecado de pensar.

Clarice lispector.

Abatida pelo sono, fechei o livro de poesias nacionais, presente de meu marido natal passado.
As palavras da ucraniana "brasileirissima" clarice, repetiram-se sucessivamente em minha cabeça; dias e noites todos vazios.
- Todos vazios da tua presença. - disse em voz baixa, vomitando o pensamento, de olhar morto em direção a porta. não suportei, fechei meus olhos.
A claridade agressiva que penetrava pelas frestas socou-me com força. lentamente abri meus olhos e com enorme esforço os mantive acesos, meio acesos.
Ja era dia e eu tinha virado a noite jogada de qualquer jeito na velha e dolorosa cadeira de balanço, esperando ele.
De aparencia morta viva e com aspectos de uma zumbi até no caminhar, entrei no quarto e o vi.
fui consumida, devorada por um sentimento que não pude dar nome, sentimento esse que era o fruto da copula ardilosa do medo com a raiva. Quis chorar, mas com meus gemidos poderia acorda-lo, de impulso, agarrrei forte minha boca e engoli toda a angustia.
Como alguem que fez alguma coisa errada e não quer ser descoberto, passei por ele.
No pequeno banheiro, lavei meu rosto e assumi minha rotina; varri, passei, lavei, arrumei, espanei, cozinhei...
Deite-me, ele ja tinha partido.
Pensei;
Talvez tenha ido realmente ido trabalhar, quem sabe, Deus sabe.
mas pelo o que percebo Deus não vai vim me contar.
Repensei;
devo ir ao trabalho dele ?
ir ver se ele estar lá. mas para que? se estiver, não vai mudar nada, se não estiver, nada sera mudado.
A noite veio, com ela uma lua exibida, atrivida e que de tão linda chegava a dar medo.
Ele chegou.
A novela tinha terminado, o ultimo capituo da saga da mulher sofredora tinha acabado e como sempre numa especie de felizes para sempre.
Na vida real, ele tomou banho, vestiu-se para dormir e sentou-se a mesa.
Eu, carrascamente firgida o servi, nada falei e nem ele.
O silencio parecia ser eterno, mas foi quebrado, Indiferente, ele me fez a pergunta;
- Voçe consegui ver o que acontece? .
Nem olhou para mim, parecia estar falando com a comida, com o prato, com a mesa. so não parecia estar converçando comigo.
Indiferente, responi;
- Depende, consigo ver muitas coisas. - Minha voz saiu amarga e aspera.
Novamente o silencio, somente era possiel ouvir o barulho dos talheres deslizando e arranhando os os pratos.
Depois de algums minutos, não sei quantos sua voz novamente me tocou.
Ele disse firme, porem tremulo;
- Voce não quer saber minha opniao? sobre nosso casamento.
Palavra por Palavra, Todas me atingiram agudas.
De garganta travada e de grande coragem, levantei-me, fiquei ali, olhando para ele, sentindo uma incrivel dor que não sabia de onde vinha, se de minha mente teimosa que sempre me provocava ou se vinha de suas palavras espinhosas e previsiveis.
Antes de me retirar, retruquei, e alto e bom som;
- Não, eu não quero saber a sua opnião, eu ja tenho a minha, MEU AMOR.

Ig. QUEIROZ .

Nenhum comentário: